domingo, 30 de agosto de 2009

Dos Casamentos


Ontem fui a um casamento, o acto supremo da celebração do amor (ainda que muitos o achem uma patetice, uma perda de tempo e dinheiro, uma grande hipocrisia, isto e aquilo) mas eu não penso assim. Penso que há casamentos e casamentos, como há comida e comida, restaurantes e restaurantes, marcas de roupa e marcas de roupa, ou seja, tudo depende e é relativo. Acontece que neste caso os noivos são meus amigos de infância e já namoram há consideráveis anos, mantendo sempre um enorme respeito um pelo outro (daquelas coisas que já não se vê muito por aí) Foram pessoas que por motivos religiosos decidiram guardar a sua virgindade até este momento. Uns dirão: que desperdício e idiotice. Eu pergunto: Porquê? Se se amam há tanto tempo, porque não oferecem uma coisa tão intima e importante como a virgindade ao outro parceiro? E agora muitos olham para mim com olhares chocados e enojados, a pensarem como sou eu capaz de dizer estas coisas, mas eu digo e torno a dizer. Sempre considerei a virgindade como uma coisa importante que não deve ser tratada de forma leviana. Não é por falta de ida aos treinos que o jogo não resulta. Há mais, muito mais em jogo. E agora devem achar que eu sou um grande inocente por pensar que eles são mesmo virgens. E porque não? A força de vontade pode ser muito grande, o prazer da espera, e porque ainda há pessoas com outros valores (conservadores? Retrógrados? Ou só diferentes do geral?) e que os decidem manter como forma de vida e eu não vejo mal nenhum nisso.

Ora bem, continuando, Uns dirão: acomodaram-se. E eu pergunto: e é mau? É mau uma pessoa ter uma coisa estável com outra e decidir passar o resto da vida com esse alguém que lhe faz sentir bem? A meu ver não me parece. E normalmente quem é contra esse tipo de coisas é porque no fundo não admite que é isso mesmo que quer para a sua vida mas que até então tem sido incapaz de alcançar. E mais, será que é preciso passar por situações de pós-namoros para perceber que aquilo que se tinha era óptimo para nós, perfeito e que nunca o deveríamos ter acabado? É preciso passar pela amargura do depois de alguma coisa acontecer que gostávamos muito para perceber o quão bom e importante e bem nos fazia sentir? Fico muito mais feliz por saber que mantive uma coisa boa e que me fazia bem do que tê-la, perde-la e lembrar-me com nostalgia e remorso dela.

Posto isto, para finalizar. Casamentos deixam-me sempre deprimido. Porque se celebram pessoas que se amam, passam-se daquelas musicas românticas e enjoativas que mexem comigo, os meus amigos quase todos já estão em relacionamentos estáveis e duradouros, e muitos a casar, e eu por vezes penso que gostaria tanto de ser hetero, que tudo seria tão mais fácil, e que também poderia ter momentos deste género partilhados com alguém de quem eu gostasse, momentos de celebração e reconhecimento por parte dos meus amigos e familiares do meu relacionamento amoroso.

2 comentários:

Adão disse...

1. E se depois sexualmente não resultar? Separam-se ou continuaram semi-virgens até que a morte os separe?

2. Achas mesmo que o casamento iria resolver-te os teus problemas de relacionamentos? Nem todos os heteros se casam, e nem todos os que o fazem são felizes para sempre.

Joni C. disse...

Oi again! Hum... para variar concordo em grande parte contigo. No entanto... não acho que seres hetero resolvesse o problema. Não torna as coisas mais fáceis. Só socialmente aceites!