segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

perfect timing

Serão os relacionamentos duradouros uma questão de perfect timing? E pergunta o meu leitor, “como assim perfect timing?” E eu respondo: Perfect timing no que toca ao momento de se cruzarem, dos seus interesses se cruzarem, da sua disponibilidade, da sua vontade, da sua forma de estar e encarar a vida. Os relacionamentos apenas surgem porque sim ou porque as pessoas a certa altura estão predispostas para deixar que isso se desenvolva? É apenas uma questão de atracção física e momentânea ou também uma certa procura de estabilidade ou de concretização de um sonho (há pessoas que sonham desde cedo em namorar e casar e formar família e isso para elas é o cumulo da auto satisfação). Contudo, não deixa de ser curiosa a forma como todas as coisas se desenrolam mais ou menos naturalmente. Rapaz conhece rapaz, rapaz fornica com rapaz, mas depois há mais do que isso! Muito mais! Não é só o sexo, é o gostar de conversar e da companhia. Há uma predisposição para se encontrarem novamente não só porque até gostaram de fornicar, mas porque gostaram de passar um bom bocado juntos! E todos nós sabemos as mil e uma desculpas que podemos arranjar para não ir a um segundo ou terceiro date só porque não estamos com muita vontade que aquilo se desenvolva muito mais alem do que um conhecimento virtual/bairrista. Se depois a coisa dá certo ou não…logo se verá.
Contudo, este conceito de perfect timing pode expandir-se para outros níveis, como por exemplo, a amigos. Há ocasiões em que online nos cruzamos com este e com aquele que ao fim de cinco minutos decidimos que não vale apena conversar porque só quer fornicar e nós nem estamos com o rabiosque para aí virados nesse dia. No entanto, quando a excitação é menor, podem surgir conversas interessantes e daí florescer uma bela e singela amizade!
Mas a última e derradeira ocasião em que este termo se aplica de uma forma não menos visível e a qual deu origem à inspiração para este post, é quando se descobre que aquela pessoa que nos parece tão extraordinária afinal está comprometida. E nós pensamos para connosco “ gaita, é sempre assim!”. Tempos passam, muita água passa por debaixo do moinho (existem moinhos de água) e ficamos nós comprometidos, num amor intenso e loucamente apaixonado com o qual nem Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, Homer Simpson e Marge Simpson conseguem rivalizar! E nisto, em certa ocasião de amena cavaqueira damos por nós a falar com aquela pessoa que era tão interessante e que agora está interessada em nós…mas na qual agora somos nós quem não está interessado. E o outro há-de pensar: “ que gaita! É sempre assim!”.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Não te deixes enganar!

Recentemente Sócrates apresentou uma moção na qual se defende a aprovaçao do casamento homossexual. Curioso é o facto dessa moção não incluir a possibilidade de adopção de crianças. Mais ainda, foi este mesmo governo que recusou a discussão desse assunto Outubro passado.
Este ano é ano de eleições.

há aqui qualquer coisa mal contada nao há?

domingo, 18 de janeiro de 2009

100º post

ESTE BLOG ESTÁ dE PARABENS POR TER CHEGADO AO CENTÉSIMO POST!

E EU TAMBEM ESTOU DE PARABENS PORQUE NUNCA CONSEGUI FAZER UM BLOG DURAR TANTO TEMPO NEM TER MAIS QUE CINCO LEITORES. NESTE JÁ CONSEGUI A PROEZA DE TER 15!

OBRIGADO A TODOS, CONTINUEM A VIR (SIM, NESSE SENTIDO TB) E A COMENTAR, PORQUE GOSTO MUITO QUANDO COMENTAM!

Em breve num cinema perto de si

" - can two men reproduce?
- no but god knows we keep trying"

sábado, 17 de janeiro de 2009

Confissão...

Eis um pouco da história da minha vida…

Em miúdo engordei bastante, gordura essa que me acompanhou e se acumulou ao longo da minha adolescência, até que num certo dia, quando eu tinha quinze anos, me pesei e assustei-me. Com menos de 1,70 de altura e com 97kg não é preciso ser nenhum nutricionista para se perceber que estava muito acima do meu índice de massa corporal adequado. Sabia que, sendo gay, nunca iria conseguir ter nada assim. Fiz uma série de análises, marquei consultas de nutrição e de endocrinologia, e comecei a fazer uma dieta. Ao fim de quase três anos tinha perdido quase 40kg, chegando a certa altura a pesar 59,5kg, um peso já abaixo do indicado para mim. Nesse entretanto, muita coisa foi acontecendo. Acabei o secundário, entrei para a faculdade, fiz a viagem de finalistas, dei o meu primeiro beijo, perdi a virgindade.

Para mal do meu destino, essa dieta não foi acompanhada de exercício físico intenso, o que, como seria de esperar, provocou estrias, excesso de pele em alguns locais. Complexos de gordura, transformaram-se em complexos de outra natureza, mas sempre associados ao meu aspecto físico. Ainda assim, a minha vida sexual não deixou de existir por essa razão. Achei então que estava na altura de começar a praticar desporto. Conclusão: Entrei para um ginásio. O esforço tem recompensado, ganhei musculo, alarguei no peito, nos braços e na cintura. Ganhei peso e deixei de ter um aspecto tão magro. Ainda assim, por vezes, quando perco tempo em frente ao espelho entristeço-me pelo tempo que perdi que poderia ter sido aproveitado (do mal o menos, ao menos agora estou a recuperar o tempo perdido). Apesar de já possuir uma boa auto-estima, há sempre aquele momento de tristeza. E não me venham chamar de fútil por me entristecer por não possuir um corpo perfeito: Todos nós somos de certa forma escravos da estética e da beleza, seja qual for o nosso conceito de beleza.

Contudo, enquanto pensava nestas coisas num daqueles momentos que temos em silêncio no escuro, outra ideia começou a surgir-me na cabeça. Se há coisa que eu tenho feito ao longo destes últimos anos tem sido conhecer pessoas, de varias formas, muitas parecidas entre si, algumas diferentes do que estou habituado. Conheci, conversei, converso, saio, comento. E a conclusão a que chego sempre é que, sejas giro ou feio, os dramas são sempre os mesmos: Sexo, amor, traição, troca rápida de parceiro, desilusão amorosa, paixoneta. Tenhamos interesses comuns ou diferentes, se há coisa em que todos somos semelhantes é no que toca ao comportamento sexual. Claro que existem diferentes níveis de beleza, e consequentemente de parceiros, de interesses, formas diferentes de encarar o mesmo, mas no fundo, no cerne da questão, as duvidas e os problemas não diferente entre si na forma, podendo diferir no conteúdo. Todos, a certa altura, quer admitamos ou não, temos momentos de carência, sejam eles longos ou rápidos como um segundo. Não é porque és feio que ao te apaixonares por uma pessoa feia vais ter um relacionamento mais duradouro (existe um vasto mercado e gays feios…basta abrir a pestana!), e não é porque és o gajo mais giro do mundo que é sinónimo de Grande Puta.

Se há coisa que todos parecem procurar cada vez mais é esse alvo de perfeição pré estabelecido que nos faz andar sempre a correr de um lado para o outro. Essa ilusão de que “agora estou bem com este mas aquele ali parece ser ainda melhor” que nos impulsiona a largar aquele que até poderia ser o grande amor da nossa vida, por um outro que afinal não passou de uma queca ocasional, tudo porque achamos que o sexo vai ser melhor, porque se veste bem, porque é giro, porque tem pinta, porque isto ou porque aquilo.

Enfim, tudo isto saiu em tom de desabafo. Atenção que não sou feio! (lol) mas também não sou podre de bom. Sou apenas um gajo porreiro que só deseja viver em paz. A questão principal que coloco é essa:


é preciso que tudo seja perfeito para termos paz?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Fag Side Story


Tonight - Carol Lawrence / Larry Kert


Musicais! Todos nós de alguma forma os conhecemos, este ou aquele, trauteamos algumas canções ou pelo menos reconhecemo-las. Há o “Musica no Coração” que marcou a infância de varias gerações, há o “Cats” que embora não me consiga convencer, ficou em cena durante anos a fio, há o “ Fantasma da Opera” cujos acordes nos fazem vibrar, o “Moulin Rouge”, sobre o qual não precisamos de falar…e depois há esse clássico do cinema (que convém frisar ter começado como uma Opera!) que é o West Side Story. “Ahhh” exclamam os meus 13 leitores. “Acho que nunca o vi!” pensarão alguns. Pois é, mas deviam! (lol) A vida não é só o “sexo e a cidade”.
Desde o momento em que o pequeno panilas decide esticar os braços e as pernas, abre os olhos e cheio de coragem sai do armário que começa a trilhar uma senda de bichisse. Primeiro vem o porno, depois os dates, depois a roupa, a musica e é aí que chega a já um degrau médio/alto de bichisse que são os musicais (o nível imediatamente a seguir é a Sailor Moon). Ora, eu atingi esse nível ontem.
Ontem fui ver o “Amor sem Barreiras” do La Féria. “Oh Meu Deus, que bicha!” vão os meus leitores pensar. E eu ralado! Uma coisa em relação a este espectáculo que sempre me aborreceu é o facto de estar em cartaz “ um espectáculo de Felipe La Féria” quando o musical foi produzido por Leonard Bernstein. No entanto, engoli esse detalhe e lá fui à Broadway lisboeta. Casa cheia, velhos e novos, uns casais giros, “rapaziada nova”, velhotes vindo das terrinhas cujos casacos cheiravam a naftalina sentados a meu lado, umas gajas boas sentadas do outro lado. O Politeama é um teatro giro. Pequeno mas acolhedor, e com um palco cheio de mecanismos que já tanta falta faziam em outros teatros nacionais.
Sobe o pano, os primeiros acordes começam a soar. Entram os gangues. Para quem não conhece a história, clique aqui. Resumidamente é um Romeu e Julieta passado em Nova Iorque durante os anos 50, onde em vez de famílias temos gangs de nacionalidades diferentes. A primeira impressão foi vontade de rir. Não sei se a intenção era serem badboys ou se era para serem machões que afinal gostavam de se vestir de mulher à noite no Finalmente, porque os jeitos, os maneirismos, e as expressões não enganavam ninguém. Safavam-se a cantar mas nao eram nada comestiveis, o cenário estava engraçado, até que surgiu a Lúcia Moniz. Acredito que a Anabela cante melhor este papel, mas tirando alguns momentos portou-se bem, sentido-se nitidamente à vontade em palco. Quem faz de Maria tem uma voz bonita e pode ser que se safe, quem faz de Anton é o que ficou em segundo lugar na última Operação Triunfo (segundo me contaram). Safa-se a cantar falhando algumas notas graves e fazendo um falcete no fim do “ Maria” muito forçado. Contudo, não estou aqui para estar a criticar quem canta porque não sou musico profissional nem a finalidade deste blog é essa.
O musical teve dois grandes momentos altos em que não consegui parar de rir. O primeiro é a cena de sexo. Não estou em crer que seja isso que está no libretto, mas afinal o musical é do La Féria e não do Bernstein por isso paciência. Enquanto os dois amantes estão na cama, num estrato elevado, em baixo aparecem bailarinos com roupa justa, evidenciando as nádegas trementes e os tintins saltitoes. No então melhor que isso é os dois amantes moverem-se conforme a musica se torna mais intensa ou não. Eles esticam os braços, a certa altura levantam-nos no ar, como se fazer sexo fosse um verdadeiro bailado debaixo de lençóis (acredito que nem a maior bicha do mundo se mova daquela forma!). O Segundo momento alto da noite é a cena em que Tony é baleado e cai morto no chão. Ouve-se um tiro, a audiência assusta-se com o barulho e o que era suposto ser um momento dramático acaba por ruir pois desata tudo à gargalhada com o valente susto que apanhou. Vontade para rir não me faltou, quando as ultimas frases são ditas e o pano cai.
Mais umas coisas são interessantes de salientar antes de terminar este extenso post. Em primeiro lugar, o facto de ser o próprio La Feria e a sua equipa quem gritava “Bravo!” bem alto sempre que acabava uma canção, como forma de tentar levar o publico a aplaudir, uma vez que este parece não ter capacidade de decisão (mas esse é um assunto muito discutido, uma vez que se trata de uma diferença entre americanos e europeus, e não da falta de bom gosto português). Uma outra coisa engraçada de reparar eram as legendas para inglês. Nenhuma delas dizia o que os personagens diziam. Simplesmente indicavam “ tony meets Maria in the fire Stairs” ou coisas semelhantes que qualquer um poderia perceber desde que estivesse a olhar para o palco. Ainda assim, não é de deixar louvar o esforço que Felipe La Feria tem feito em Portugal a nível artístico. Pena não haver muitos mais como ele.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Let's talk about sex

“Olha a novidade!” pensará o meu querido leitor. “ De sexo farta-se ele de falar. Se fosse falar sobre a Guerra na faixa de Gaza ou sobre a crise social é que eu me admirava!”. Então, se me farto de falar de sexo porque decidi eu agora falar novamente, dando ares de quem nunca tocou nesse assunto? Bem…não encontro uma justificação, mas “Ano Novo, Vida Nova!”,e nas palavras de um escritor “ é preciso que tudo mude para ficar tudo na mesma”. Ora bem, cá vamos então!

Em poucas palavras, sexo é mesmo bom, não é? Todos os dias as pessoas pensam em sexo. Se bem me lembro, no primeiro episodio de Queer as Fok diziam que um homem gay pensa em sexo o dobro das vezes que um homem hetro. Porque será? Fazemos muito mais sexo que eles? Ou realizamos com muito menos problemas as fantasias que eles secretamente possuem mas que receiam realizar? E esta questão remete-nos para uma outra: Serão todos os gays uns tarados sexuais? Uns libertinos, promíscuos e ninfomaníacos?

Se há ideia que os hetros têm a nosso respeito é que gostamos de moda, do festival da canção, não gostamos de futebol, gostamos se ser magros e depilados, que gostamos das vidas das actrizes e de cantoras pop, de ir a opera, de ser famosos, e pseudo intelectuais, coisas de gaja! …e claro, que somos umas putas porque andamos sempre a fazer sexo com este e aquele. Por outro lado, muitos de nós ficam aborrecidos com esse “ estereótipo” a nosso respeito. Porquê? Porque na realidade alguns são mais machões que os hetros, porque há muitos que praticam desporto (não fossem os gays e muitos ginásios já teriam ido à falência), porque muitos aguentam melhor a bebida que os hetros (sair 2 a 3 vezes por semana para engatar, all night long exige uma resistência de cavalo!), porque muitos são mais tímidos que os hetros e gostam de dar pouco nas vistas…e porque muitos não têm aquela vida sexual de sonho que tanto nos acusam, passando muito mais tempo a bater umas punhetas babados em frente a uma cam ou a um filme porno, do que propriamente em algum lado na companhia de outro sujeito a fazer sabe-se lá o quê.

Ora, o mais engraçado, é que muitas das vezes somos acusados daquilo que realmente os outros fazem mas não admitem. Em amena cavaqueira, num dia destes, estava alguém a falar comigo sobre o Labirinto, esse sitio que todos já ouviram falar mas que nunca ninguém lá foi. E a reacção era de choque por haver um lugar aberto explicitamente para sexo, sendo o pior de tudo ser gay. “ Esses gays são uns tarados de primeira que fazem sexo com qualquer um sem problemas”. Apesar de não ser defensor de sítios como esse por varias razoes que não me apetece enumerar, sendo algumas delas morais e pessoais, a verdade é que os hetros por esse mundo fora também abriram uns quantos bordeis, casas de putedo, de strip, boites, o Moulin Rouge, raptam miúdas na Ásia e na Rússia para as prostituir na Europa, os camionistas param à beira da estrada nas estradas nacionais, dando um saltinho até à mata, aliviando a bagagem com umas senhoras a quem a beleza é que deve alguma coisa em cima de um colchão pulguento, organizam orgias para os jogadores de futebol, montam bordeis com animais cuja única preocupação das organizações protectoras dos animais é o facto de saber se o animal sofre durante o processo ou também tem prazer (em certos países montar uma cabra até é um sinal de virilidade), e depois no final disto tudo, os tarados somos nós, que fazemos sexo numas salas escuras, sem qualquer protecção. As estatísticas, no entanto, mostram que são os hetros quem menos utilizam preservativos.

Curioso não é?

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sugestões

O ano está a começar, e com ele todos nós tomamos algumas resoluçoes, que mal ou bem tentamos cumprir ao longo do ano. Pois muito bem, para este ano, para alem do que ja anunciei alguns posts atras, tenciono deixar uma oportunidade a todos os meus (muito provavelmente 13) leitores para darem sugestões de temas que gostassem de ver aqui abordados. Nao precisam de se amontoarem que ha espaço para toda a gente!
Para deixarem a vossa sugestao, basta deixarem um comentario com o tema que queriam ver aqui. tambem podem deixar algum reparo que queiram fazer ao blog ou sugerirem coisas que poderiam ser melhoradas. Conto convosco, meus mui assiduos e nobres leitores!

A Redacção