terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

ballet

O retrato de Dorian Gray foi recentemente adaptado ao ballet pelo polémico Matthew Bourne. Deixo abaixo um pequeno video onde se podem ver algumas imagens dessa adaptaçao aos tempos correntes. porque paneleirisse nao é só quequisse!


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carnaval






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ODEIO O CARNAVAL! PRONTO, ESTÁ DITO.

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sábado, 21 de fevereiro de 2009

conversas

meio de uma conversa algures no bairro à noite depois de um jantar:

"- ah mas eu ja o comi
- entao e é activo ou passivo?
- acho que versátil
- e é grande?
- nao sei, nao vi
- entao comeste o que?
- com a boca, beijamo-nos e tambem lhe beijei o umbigo
- LOLOL que belo fetiche. o umbigo tem cotão!
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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Post controverso - a questao do casamento homossexual


Este post vai ser gerador de grande controvérsia e sei que praticamente toda a gente se irá indignar com o que abaixo escrevo, mas acho que a devo transmitir, como um contributo, ainda que mínimo, para esta grande fase de mudança que actualmente vivemos em Portugal.

A semana passada saiu no Público a noticia de que a Igreja iria apelar a que os seus membros não votassem PS uma vez que uma das bandeiras propostas por José Sócrates é o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por causa desse acontecimento, o programa de ontem dos Prós e contras foi inteiramente dedicado a essa discussão. De um lado membros da Igreja e outros apoiantes do não. Do outro lado um antropólogo e uma advogada entre outros apoiantes do sim, dos quais passo a salientar o presidente da ILGA e um jornalista.

No dia em que saiu a notícia sobre a posição e apelo público da Igreja católica algumas pessoas comentaram imediatamente comigo que a Igreja não tinha nada a haver com isto. O Estado é laico, a igreja não deve portanto influenciar nesta situação. A meu ver acho essas opiniões perigosas. È como se quiséssemos afastar todas as vozes que discordam da nossa opinião e dessa forma eliminar-mos logo à partida o debate e a discussão. O peso da Igreja é grande, mas ainda que fosse diminuto teria todo o direito de exprimir livremente a sua opinião. Ninguém deve ser discriminado pela sua orientação religiosa, coisa que por vezes tendemos a esquecer, bem como a liberdade de expressão, argumento tantas vezes utilizado para criticar a igreja e as suas crenças mas que nunca pode ser utilizado no sentido oposto. È portanto importante entender que Tolerância é um conceito que em sentido lato implica tolerar até quem não é tolerante. Portanto, se exigimos tolerância para aquilo que somos e fazemos, vamos demonstrar tolerância para com os que não nos toleram. Dessa forma ganhamos pontos de uma forma mais profunda e consciente.

Quanto ao debate do dia anterior antes de mais há umas coisas que quero salientar antes de me focar no assunto em si. Apesar de já ter assistido a debates mais inflamados e em que a má educação roçou os limites, julgo terem ocorrido momentos desnecessários, de ambas as partes.

Em primeiro lugar a representante do sim fez mais ruído do que outra coisa. Gritava, alegava inconstitucionalidades, interrompia quem se opunha ela, e fê-lo com alguma frequência, o que me aborreceu seriamente. Por outro lado o antropólogo foi sempre bastante educado, falando sempre de forma ordenada, calma, reflectida e consciente. Gostei dele, senti-me bem representado. Por outro lado uma outra senhora de casaco amarelo que estava na audiência cheia de maneirismos snobes dirigia-se à plateia do não com altivez com expressões semelhantes a “ pois se não sabem eu vou dar-vos a descobrir uma grande novidade! É que os gays já podem adoptar”. Não, os casais gays não podem adoptar. Os pais solteiros podem, são coisas bastante diferentes, não importando a sua orientação sexual para não violar o código civil. Houve um outro senhor, bem gordo e anafado, barbudo e de óculos com lentes de garrafão que falou inteligente e ponderadamente. Também gostei do seu contributo.

Da parte do não alguns abusos também se verificaram. Em primeiro lugar a tirada mais que infeliz de que no caso de a pessoa ser bissexual teria de casar ao mesmo tempo com um homem e uma mulher. Um argumento completamente despropositado, no entanto outros argumentos apresentados foram bastante coerentes. E, sendo franco, gostei do Senhor Padre e da forma diplomática como falou. E agora pergunta-se o prezado leitor: coerentes? Da bancada do não? E eu respondo: sim.

Façamos o seguinte exercício: Suponhamos que somos heterossexuais e que a nosso ver as relações homossexuais são consideradas anti naturais por motivos biológicos. Se a natureza fosse sempre homossexual nunca se teria expandido. Desta forma não haveria humanidade. Portanto os casos homossexuais são desvios, erros de programação, uma margem de erro de 5 a 10% na criação. Ora se está errado, eu não o tenho de considerar certo, pelo que imporem-me a aceitar que tais indivíduos merecem o meu reconhecimento no acesso aos meus direitos que eu disponho é completamente ridículo. São gays, muito bem, são pessoas aptas para desempenharem as suas tarefas como todas as outras, mas não merecem ter acesso a uma instituição que nunca foi criada por elas nem para elas. Coloquemo-nos nessa posição e os argumentos apresentados desses indivíduos farão todo o sentido. Se acreditam em Deus e no que a Bíblia defende, se para eles aquilo é a versão do correcto e perfeito, eu não tenho de os fazer mudar de ideias. Afinal de contas nunca ninguém viu Deus nem nunca ninguém veio do lado de lá dos mortos para contar se é verdade ou não. Para elas o casamento homossexual, ou a própria homossexualidade é tão imoral como é, e agora uso um exemplo extremo, o casamento incestuoso ou a liberalização a pratica pedófila como uma pratica normal e recorrente. Chocante não é? Sim é, portanto temos agora noção do que é ser homossexual para eles.

Desta forma, como reagir? Como apresentar que o casamento homossexual é um direito dos homossexuais? Como explicar que o indivíduo deve ter acesso às regalias que daí advêm junto do parceiro que escolheu para viver durante um longo período de tempo? A meu ver, não passa por tentar impor a nossa ideia de que assim é que é correcto e progressista. Não se trata de uma questão de progresso ou avanço de mentalidades. São valores morais que estão em discussão e como tal estes mudam de acordo com os tempos. Se actualmente a pena de morte e vista como algo errado, há cem anos não o era. Era uma pena justa para um pecado capital. O que muda é a nossa sensibilidade no que toca aos diversos casos da nossa humanidade. Queremos uma sociedade cada vez mais justa e igualitária: certo. Queremos uma sociedade em que ninguém é discriminado: certo. Mas queremos que a nossa ideia prevaleça em relação à dos outros: não é certo mas é quase certo. Se os fundamentalistas religiosos fossem apenas 10% da população num mundo amplamente igualitário e de repente viessem exigir que o casamento homossexual está errado, que o reconhecimento da homossexualidade é errado, etc o que lhes faríamos? Iríamos dizer que eles eram doentes, estavam completamente errados, eram fundamentalistas, destabilizadores da paz, retrógrados, pecadores, fascistas? Ou iríamos dar abertura ao diálogo, a uma tentativa de compreensão e de tolerância? Não sejamos hipócritas ao dizer de boca aberta que sim. Iríamos quanto muito pensar ligeiramente nessa possibilidade.

Chego ao fim deste grande post e os meus leitores provavelmente estarão a pontos de me odiar. Acho que contudo deve ser necessário explicitar desta forma as coisas. Nunca fui grande apologista de revoluções a ferro e fogo. Acho que as coisas levam tempo (e daí temos o exemplo do Dalai Lama) e as lutas são feitas de forma racional e consciente, de consciencialização. Não ganhamos pontos nenhuns com atitudes arrogantes de senhores do progresso ou da liberdade, com atitudes radicais ou chocantes, pelo contrário, Harvey Milk ganhou porque conseguiu mostrar que os homossexuais eram pessoas perfeitamente comuns e normais. Os nossos amigos sabem quem somos e convivem connosco. Talvez leve uma geração inteira para que nos aceitem na plenitude dos nosso direitos. É Muito tempo? Para nós talvez, mas olhem para a história e vão ver que vinte ou cinquenta anos comparados com milhões de existência são apenas segundos.

Milk

Estou de férias e por isso há que aproveitar para meter todos os filmes em dia. Os escolhidos de hoje foram Slumdog Millionaire e Milk. Sobre o primeiro não irei adiantar grande coisa para alem de ter gostado muito. Sobre o segundo, irei sim, comentar alguma coisa, uma vez que é relevante para os dias que correm.
Harvey Milk foi um activista gay dos anos 70. Saiu do armário quando fez 40 anos e até à sua morte lutou por aquilo que considerava serem os direitos fundamentais dos gays, o ser reconhecido como pessoa, normal, plena nos seus direitos e deveres como qualquer outro cidadão. Lutou contra a proposta 6 nos EUA e conseguiu ser eleito para a câmara municipal de São Francisco como o primeiro elemento assumidamente homossexual. È em grande parte a ele que devemos muito do reconhecimento obtido como pessoas perfeitamente normais, uma vez que até há bem pouco tempo atrás éramos definidos como doentes.
Não conseguiu tudo na sua geração, mas deu os primeiros passos naquilo que é actualmente um reconhecimento global crescente nas várias sociedades ocidentais e orientais, onde actualmente vem explicitamente nos códigos civis que ninguém deve ser descriminado pela sua orientação sexual, o que por sua vez vem dar abertura para as recentes discussões sobre o casamento homossexual.
Todos os gays no mundo devem um “Muito Obrigado” a Harvey Milk.
Já agora, Sean Penn merece a nomeação e até a vitória do Óscar pela tão soberba interpretação no filme.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Pós São Valentim

Ontem foi dia 14 de Fevereiro, dia de São Valentim, vulgarmente conhecido por Dia dos Namorados. Há cúpidos a voar nos céus, há coraçõezinhos pendurados em todos os cantos, canções de amor ecoam por todos os lados. É dia de afastar a depressão do mundo: quem está triste e deprimido por causa de alguma relação que se afaste! É a celebração do amor! Não há espaço para falhados!

Ontem foi dia dos namorados e eu fui sozinho ao cinema à tarde ver A Duvida. Grande filme, grandes interpretações. E depois fui até aos armazéns do Chiado fazer tempo pois mais logo iria ter um jantar. Cheguei, entrei, vi e fiquei mal disposto, literalmente mal disposto. Calor, imensa gente a falar por todos os lados. Casais por todos os cantos, uma banda a tocar canções de amor ao vivo. Desci até À Fnac mas não me conseguia concentrar no dvd que andava à procura. Saí e vim apanhar ar, toda aquela pressão do amor mexeu comigo. Serei eu atípico? Para mim acho a ideia de troca de presentes interessante, mas isso é porque eu gosto de dar presentes, e não porque uma data me obriga especificamente a isso. Não preciso de uma data que me lembre que até gosto daquela pessoa.

Ontem foi dia de São Valentim e nos restaurantes havia jantares de namorados e jantares de encalhados.

Ontem foi dia de São Valentim e alguns solteiros repensaram as suas vidas e hoje ainda se encontram neles alguns rasgos de melancolia. Da próxima vez serei eu? Que será de mim? Serei sempre solteiro? E daqui a vinte anos irei rir-me do que pensava agora ou estarei sozinho na mesma? Que espécie de vida é esta que vivo? Quero eu continuar solteiro? Ser solteiro é melhor que a namorar? Quem namora diz que ser solteiro é que é bom, então porque namoram?E agora? Arranjo um namorado porque sim? Ou começo a dividir a casa com um amigo para pelo menos saber que lá está alguém em casa? Antes um amigo que ninguém. Há amizades mais profundas e fortes que relacionamentos amorosos...nao há?

Ontem foi dia de São Valentim e algumas pessoas descobriram que o tempo passa e não são eternamente jovens. Descobriram que não querem envelhecer sozinhas.