quinta-feira, 4 de junho de 2009

de namoros e afins

No outro dia, já não sei bem porquê, dei por mim a pensar naquelas pessoas que namoram e que em tom de confissão dizem aos que não namoram “se eu soubesse o que sei hoje não namorava”. Essas mesmas pessoas são aquelas que uma vez solteiras clamam bem alto aos sete ventos “eu agora não quero relações, não quero nada, quero é aproveitar a vida”.

Admito: este tipo de afirmações sempre me deu que pensar uma vez que sempre as recebi com descrença e a cingir o frenho. Ora então querem ver que se namora por obrigação? Se não gosta, não namore, tem muito bom remédio! A meu ver (mas pode ser só impressão minha) quando se namora, gosta-se da pessoa em questão e como tal os momentos partilhados com ela são bons. Ok, pode haver umas discussões pontuais sobre o “tu não me dás a atenção que mereço” ou “ nunca me deixas ser eu o activo” mas isso faz parte da nossa natureza, agora daí a dizerem que mais vale estar solteiro…ou a pessoa possui uma enorme covardia para por um ponto final ou então está a tentar dar uma facadinha na relação. Eu até posso entender que se a relação for longa, a tentação para pular a cerca é grande, é a natureza humana, masculina em particular, querer experimentar novas coisas, cobiçar algo mais que lhe está vedado ( o frango do meu vizinho é sempre melhor que o meu) mas daí a comentar “ ah e tal quem me dera ser solteiro…” sempre me pareceu comentário de quem está de barriga cheia! Se não mesmo a arrotar! (e como aprendi com um amigo meu: cada um arrota por onde come!)

Os autores do segundo comentário também me deram sempre que pensar. Saíram de uma relação, não estão preparados para abraçar outra. Talvez queiram curtir com este ou com aquele, poderem fazer tudo aquilo que não podiam numa relação. E o que é que não podiam fazer numa relação? Foder a torto e a direito com este e aquele? Sim, e mais? … Pausa para reflexões…continuo à espera…ah! Foder a torto e a direito com este e aquele. Pois, é que de facto, mesmo numa relação se podem conhecer novas pessoas e de certa forma flertar com elas, e fazer coisas na cam (para mim essas coisas feitas na net fazem parte de uma realidade que em nada tem a ver com a vida real), alem do mais com uma relação tem-se sempre companhia para sair, para compras, para beber um copo, para passear, para conversar, para partilhar músicas, para comentar isto e aquilo, para desabafar, para pedir dinheiro emprestado, etc e até para fazer menage a trois! Mas, o que mais me dá que pensar em relação aos autores dessas frases prende-se com o facto de, contra a aparente grande vontade de “liberdade” e putice, acabarem por ser sempre os primeiros a envolver-se numa nova relação. Mas que porra hein? Então queriam ou não queriam? Afinal são mais carentes do que julgavam.

3 comentários:

Anônimo disse...

""nunca me deixas ser eu o activo”"

Gostei dessa razão de discussão! lol

Joni C. disse...

...'alem do mais com uma relação tem-se sempre companhia para sair, para compras, para beber um copo, para passear, para conversar, para partilhar músicas, para comentar isto e aquilo, para desabafar, para pedir dinheiro emprestado, etc...' só te esqueceste que também se pode foder a torto e a direito (embora sempre com a mesma pessoa... ou não, mas isso também não interessa nada =X)

Adão disse...

Não sei. Mas quando afirmamos que gostaríamos de estar sozinhos, poderá ser não pelo motivo “sexo”, mas pelo facto de por vezes ficarmos condicionamos nas acções. Mas deixemos de lado o hipotético e passemos ao factual. Sábado sai. Fui ao bairro com amigos e estava pré combinado, que a pessoa com quem namoro iria lá ter. Acabou por não ir, porque não gosta do bairro, porque odeia de morte o sítio. O som. O cheiro. Foi para casa e acabámos um bocado chateados, cuja resolução para a situação hoje se irá resolver. Por vezes, não é pelo facto de cobiçar o frango do outro, ou de querer ser activo ou passivo que faz nascer essas afirmações, quiçá descabidas. Mas vamos lá ver, o que se passar é que namorar dá trabalho. Conciliar amigos, saídas, vontades e discernimentos dá trabalho. E nos dias que correm, ninguém quer ter trabalho… certo? O problema não é querer ficar solteiro… é o trabalho que dá não ficar.