terça-feira, 24 de março de 2009

amante/amado

Em primeiro lugar, [o amor] é uma experiência a dois, mas isso não quer dizer que seja a mesma coisa para cada um. Há o que ama e o que é amado, e estes dois eram diferentes como o dia da noite. Muitas vezes o amado é apenas um estímulo para todo o amor acumulado, durante muito tempo e até àquele momento, pelo amante. De algum modo, cada amante sabe que é assim. Sente no seu íntimo que o seu amor
é solitário. Depois, conhece uma nova e estranha solidão, que o faz sofrer ainda mais. De maneira que só lhe resta fazer uma coisa. Deve abrigar dentro de si, o melhor que puder, esse amor; deve criar um mundo só seu, intenso e único. (...) Portanto, o valor e qualidade do amor é decidido apenas pelo próprio amante. É por esta razão que muitos preferem amar a ser amados
Quase toda a gente quer ser o amante. E a verdade nua e crua é esta: no íntimo, o facto de ser amado é intolerável para muita gente. O amado teme e odeia o amante, e pela melhor das razões. O amante quer sempre mais intensamente ao seu amado, ainda que isso lhe cause somente dor.»

A Balada do Café Triste

2 comentários:

Adão disse...

Muito bem. A versar sobre assuntos mais sérios. Gostei de ver. :P

blogger disse...

eu n brinco em serviço!