segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Let's talk about sex

“Olha a novidade!” pensará o meu querido leitor. “ De sexo farta-se ele de falar. Se fosse falar sobre a Guerra na faixa de Gaza ou sobre a crise social é que eu me admirava!”. Então, se me farto de falar de sexo porque decidi eu agora falar novamente, dando ares de quem nunca tocou nesse assunto? Bem…não encontro uma justificação, mas “Ano Novo, Vida Nova!”,e nas palavras de um escritor “ é preciso que tudo mude para ficar tudo na mesma”. Ora bem, cá vamos então!

Em poucas palavras, sexo é mesmo bom, não é? Todos os dias as pessoas pensam em sexo. Se bem me lembro, no primeiro episodio de Queer as Fok diziam que um homem gay pensa em sexo o dobro das vezes que um homem hetro. Porque será? Fazemos muito mais sexo que eles? Ou realizamos com muito menos problemas as fantasias que eles secretamente possuem mas que receiam realizar? E esta questão remete-nos para uma outra: Serão todos os gays uns tarados sexuais? Uns libertinos, promíscuos e ninfomaníacos?

Se há ideia que os hetros têm a nosso respeito é que gostamos de moda, do festival da canção, não gostamos de futebol, gostamos se ser magros e depilados, que gostamos das vidas das actrizes e de cantoras pop, de ir a opera, de ser famosos, e pseudo intelectuais, coisas de gaja! …e claro, que somos umas putas porque andamos sempre a fazer sexo com este e aquele. Por outro lado, muitos de nós ficam aborrecidos com esse “ estereótipo” a nosso respeito. Porquê? Porque na realidade alguns são mais machões que os hetros, porque há muitos que praticam desporto (não fossem os gays e muitos ginásios já teriam ido à falência), porque muitos aguentam melhor a bebida que os hetros (sair 2 a 3 vezes por semana para engatar, all night long exige uma resistência de cavalo!), porque muitos são mais tímidos que os hetros e gostam de dar pouco nas vistas…e porque muitos não têm aquela vida sexual de sonho que tanto nos acusam, passando muito mais tempo a bater umas punhetas babados em frente a uma cam ou a um filme porno, do que propriamente em algum lado na companhia de outro sujeito a fazer sabe-se lá o quê.

Ora, o mais engraçado, é que muitas das vezes somos acusados daquilo que realmente os outros fazem mas não admitem. Em amena cavaqueira, num dia destes, estava alguém a falar comigo sobre o Labirinto, esse sitio que todos já ouviram falar mas que nunca ninguém lá foi. E a reacção era de choque por haver um lugar aberto explicitamente para sexo, sendo o pior de tudo ser gay. “ Esses gays são uns tarados de primeira que fazem sexo com qualquer um sem problemas”. Apesar de não ser defensor de sítios como esse por varias razoes que não me apetece enumerar, sendo algumas delas morais e pessoais, a verdade é que os hetros por esse mundo fora também abriram uns quantos bordeis, casas de putedo, de strip, boites, o Moulin Rouge, raptam miúdas na Ásia e na Rússia para as prostituir na Europa, os camionistas param à beira da estrada nas estradas nacionais, dando um saltinho até à mata, aliviando a bagagem com umas senhoras a quem a beleza é que deve alguma coisa em cima de um colchão pulguento, organizam orgias para os jogadores de futebol, montam bordeis com animais cuja única preocupação das organizações protectoras dos animais é o facto de saber se o animal sofre durante o processo ou também tem prazer (em certos países montar uma cabra até é um sinal de virilidade), e depois no final disto tudo, os tarados somos nós, que fazemos sexo numas salas escuras, sem qualquer protecção. As estatísticas, no entanto, mostram que são os hetros quem menos utilizam preservativos.

Curioso não é?

5 comentários:

Anônimo disse...

Amei... lol

Fernando Fonseca disse...

Faço minha as palavras do anônimo as 16:40: " Amei" lol

abraço

Adão disse...

Concordo.

Bubbles disse...

Com certeza, nos gays, fazemos mais sexo do que heteros!
xxx

Anônimo disse...

Adorei!
E isso que descreveste tem um nome: heterossexismo.
No caso desta nossa terrinha tão por nós amada, e querida e todas outras coisas que podia continuar a enumerar com uma certa dose de ironia e quiçá desarcasmo, não será isso, já que a grande parte deste grande e casto povo Lusitano, depressa critica pela frente aquilo que faz por trás!