mais sobre a noite no T

Queria ter dito muito mais no post anterior sobre a noite no T, mas por alguma razao nao o consegui fazer. queridos leitores, preparem-se! pela primeira vez neste blog irei escrever um post sobre o meu lado mais sensivel, ingénuo e sentimental.
a grande revelaçao: ate sexta-feira passada nunca havia sido beijado no T. Não que o facto de beijar no T seja realmente muito importante, mas toda a puta que se preze vai toda lançada para o T pronta a passar uma noite a dançar e a fazer olhinhos, a tentar engatar e, caso a coisa nao corra bem, tentará mais tarde a sua sorte através de mensagens pelo hi5 ou gaydar a dizer "ola, ontem vi-te no t", no entanto, comigo as coisas nunca funcionaram dessa forma. engates sao engates, dates sao dates, sair com amigos e dançar é mesmo para sair com amigos e dançar (até os saltos doerem e as pernas ficarem bambas, os ouvidos entupidos com o volume das colunas e o alcool estar completamente diluido nas veias) e claro, depois no T é dizer "olá" a todas essas pessoas que vamos conhecendo por fora.
Quando mais tarde cheguei junto dos meus amigos, nenhum deles precisou que eu dissesse alguma coisa. o sorriso patente na minha cara denunciava-me completamente. nao que eles nao soubessem quem era a pessoa que eu havia beijado (dado que eles me haviam empurrado e perguntado a noite inteira quando é que isso acontecia) mas na minha cabeça tudo parecia estranhamente novo.
curioso, devem pensar todos voces, depois de eu ter escrito tanto post sobre putice, no fundo nao passa de uma putinha ingenua e sentimental. talvez sim, talvez nao. A verdade é que se as coisas fossem todas reduzidas à mais simples da putice e ao criticável e nao houvesse espaço para grandes e honestos sorrisos de felicidade, tudo isto seria completamente desinteressante e nenhum de nós o iria querer viver, por mais fatalistas que sejamos.
nao estou com esta lamechisse toda a querer dizer que agora vou viver feliz para sempre com o principe encantado que me beijou num sitio tao banal como t. nao, a minha unica intençao ao escrever este post reduz-se a estas poucas linhas que se seguem. Apesar de toda a putice pegada que vivemos, apesar de pouco acontecer como queremos e de a vida estar bem longe de ser um conto de fadas (na realidade, aproxima-se mais de um conto de fodas) apesar de todas as desilusoes e depressoes pelas quais passamos(das quais alguns gays, e digo gays porque é a realidade que vivo, parecem ter um sadico prazer em viver e transmitir a todas as pessoas que os rodeiam), apesar dos grandes problemas que as escolhas que fazemos possam acarretar (entre elas o tao conhecido "sair do armário"), no momento em que o tempo pára e o mundo parece deixar de existir, em que dois individuos se unem num osculo apaixonado (que bonito!) vale realmente apena ser vivido. vale realmente viver e ter todas as duvidas e merdas na nossa vida para posteriormente ser recompensado com momentos tao pequenos (ou grandes, dependerá da forma como as coisas sao conduzidas) como estes em que realmente nos sentimos bem e felizes. Sim, o mundo nao é cor de rosa, nem tao pouco mais ou menos, mas tambem não é preto nem cinzento!